No "Circo dos Sonhos" 27-04-2013
"Quando era criança o circo de domingo divertia-me
toda a semana.
Hoje só me diverte o circo de domingo de toda a
semana da minha infância..."
"Adiamento" Fernando Pessoa (Álvaro de Campos)
Não sei
se é um truque banal / Se um invisível
cordão, sustenta a vida real
Cordas de uma orquestra, sombras de um artista, palcos
de um planeta
E as dançarinas no grande final
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Chove tanta flor,
que, sem refletir um ardoroso espectador vira colibri
Qual... Não sei se é nova ilusão (...)
/ Não sei se é vida real, um invisível
cordão, após o salto mortal
"O grande circo místico" (Chico Buarque)
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"Numa cidade apareceu um circo com um palhaço com
o poder de divertir, sem medida, todas as pessoas da platéia. O riso
era tão bom, tão profundo e natural que se tornou
terapêutico. Todos os que padeciam de tristezas agudas ou
crônicas eram indicados pelo médico do lugar para que
assistissem ao tal artista que possuía o dom de eliminar as
angústias. Um dia, porém, um morador desconhecido, tomado
de profunda depressão, procurou o doutor. O médico, como
sempre, indicou o circo e o palhaço para a cura. O homem, em lágrimas,
nada disse, levantou-se, e já saindo, virou-se, olhou o médico
e disse: 'Não posso procurar o circo... o palhaço
sou eu'" http://www.dentrodobalaio.ufv.br/dentro_do_balaio/scripts/site/index.php?conteudo=mostraNoticia&categoria=19¬icia=389
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"Quando ponho de parte os meus artifícios e arrumo
a um canto, com um cuidado cheio de carinho - com vontade de lhes
dar beijos - os meus brinquedos, as palavras, as imagens, as frases
- fico tão pequeno e inofensivo, tão só num quarto
tão grande e tão triste, tão profundamente
triste!... Afinal eu quem sou, quando não brinco? Um pobre
órfão abandonado nas ruas das sensações,
tiritando de frio às esquinas da Realidade, tendo que dormir
nos degraus da Tristeza e comer o pão dado da Fantasia." Fernando
Pessoa
Livro do Desassossego por Bernardo Soares, Lisboa,
Ed. Ática 1982, v. II p. 14.